Eu sou um poeta estranho
Não fumo, não jogo
não tomo banho
A não ser que seja água
que você apanhe
A não ser que seja fumo
que você prepare
A não ser que seja carta
e você ganhe
Você é um amor estranho
Não come, não passeia
não reclama
A não ser que seja eu
quem compre a carne
A não ser que seja praia
e eu te ame
A não ser que seja dor
e eu me cale
Publicado no livro No Mar Veremos, 2001 Ed. Globo