quarta-feira, 8 de abril de 2009

"Não posso deixar de trair o meu sossego"

foto de de Juarez Fonseca, Nei Duclós na época da UFRGS
link:
Longa vida à UFRGS, por Nei Duclós
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"(...)O primeiro poema que li, de Nei, assim começava: "Olhem o animal da palavra". Era eu. No tempo em que ele o publicou não pude agradecer-lhe.Pois foi quando se dera na Europa e nas Américas aquele histórico e súbito movimento de maturidade e independência dos jovens - os quais se apresentavam de longas barbas, não para imitarem seus venerandos avós, mas sim, creio eu, numa espécie de reencarnação do homem das cavernas -, visto que era preciso recomeçar tudo. Ora, como eu ia dizendo, não pude agradecer pessoalmente ao poeta, pois jamais conseguia diferençar um barbudinho de outro. Sei que agora ele está barbilampinho. Mas noutra cidade, onde diz coisas assim: "Não posso deixar de trair o meu sossego".(...)"
Texto de Mário Quintana no prefácio no segundo livro de Duclós "No Meio da Rua"

link: Prefácio na íntegra de Mário Quintana

poema de hoje:
Olhem o antípoda
olhem o animal da palavra
É um dinossauro na cidade de vidro
borboleta branca na floresta queimada
Respeitem seu andar
e desconfiem com temor
da sua conversa fiada

Ele é o flagelo do Senhor
e vocês não sabem
(Nei Duclós no livro OUTUBRO)

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