poema de hoje:
MAR DOS NOVE ANOS
O mar na minha infância
como um trem no sonho de um louco
um disco voador na porta dos fundos
como o fim do mundo
com ondas voltando de viagem
O mar como um desastre
como um avião que cai no mar
O mar como nunca
verde-claro com rendas de espuma
a dois passos de mim
como um trunfo, um presente
a ser guardado pera sempre
um bloco de anotações
um lenço dobrado
Como pássaro de sal com plumas de água
o mar levantou vôo na memória
como as pandorgas
que se enforcam nos fios
Aquele mar se afogou no tempo
escapou das mãos como um peixe pequeno
(Nei Duclós no livro OUTUBRO)
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